segunda-feira, maio 14, 2007

Prá Ver a Banda Passar...



Engraçado como são as coisas. Hoje por acaso passei na Feira do Livro e ouvi, lá longe, o som de metais ensaiando. Cheguei perto da praça de alimentação e eis que me deparo com a banda da Brigada Militar se aquecendo para detonar a metaleira.


Sempre achei fantástico o som de bandas marciais. Me lembro que quando eu era guri, estudava em um colégio que desfilava todos os dias 7 e 20 de setembro na Avenida Cavalhada, em Porto Alegre. A minha escola era pequena, e não tinha banda. Era sempre aquela coisa sem graça de fantasia e faixas (apesar de que na época dos caras-pintadas foi divertido o desfile). Mas eu lembro de ver as outras escolas maiores desfilarem as suas bandas, além das bandas militares e da Brigada. Ficava paralisado com aquele som fantástico que saia dos naipes de metal misturados com os pratos e tambores, sempre tocando uma melodia conhecida.


Pois hoje me vi no rosto de cada criança que lotava a praça de alimentação para ver a banda da Brigada de Santa Maria. Aquela gurizada de colégio, os que passeavam com os pais e também os meninos de rua, com os olhinhos vidrados, brilhando de encantamento pelos som poderoso que mais de vinte metais fazem. Tuba, trumpete, trombone, prato, tambor, clarinetas, além do maestro bonachão com cara de cantor de conjunto que toca no Clube dos Coroas. Tudo conspirando para um momento mágico, que tenho certeza não sairá da cabeça dessa criançada tão cedo.


E é aí que me vem o pensamento que tenho há tempos e que tanto me irrita: por que não é obrigatório o ensino musical nas escolas no Brasil? Vendo o quanto a criança se envolve quando o que está em questão é música e vendo projetos como o da Oficina de Percussão darem tão certo, não consigo entender por que o poder público não investe em música, é tão simples! Um professor de música por escola seria o suficiente. Uma aula por semana seria o suficiente. Uma banda marcial (ou de qualquer outro estilo) por escola, seria o suficiente.


Quantos traficantes, quantos trombadinhas, quantos falcões, quantas crianças sem futuro poderiam encontrar na música um caminho? Qual guri ou guria que não gostaria de tocar numa banda? E, mesmo que fosse só uma criança que não virasse trombadinha, mesmo que fosse só um guri que não virasse traficante, mesmo que fosse só uma criança nesse país todo que não fosse para o mau caminho por causa da música, mesmo assim, já valeria a pena.


Só para constar: Uma pena eu não estar com uma câmera, porque não existe uma foto que preste da Banda da Brigada no google. Incrível!

Estréia Com Derrota, A Velha Rotina


O Internacional estreou no Campeonato Brasileiro 2007 perdendo para o time misto do Botafogo pelo placar de 3 a 2. Repetindo o que acontece há nove anos (a última vitória em estréia foi no longíquo campeonato de 1998, 1 a 0 num GreNal, gol de Christian), o Inter não soube se encontrar em campo no jogo de abertura do certame, e acabou dando um presente de grego para as mamães que assistiram de graça ao jogo no estádio Beira-Rio.
Numa tarde de muito frio, chuvosa na maior parte do tempo, quase quinze mil corajosos torcedores se aventuraram a enfrentar o vento gelado da beira do Lago Guaíba. E viram o time da casa começar melhor, com objetividade e marcação forte. O técnico Gallo optou pelo 3-5-2 na sua estréia dirigindo o time. Edinho atuou recuado, junto a Índio e ao estreante Sidnei (de atuação regular), e o meio de campo contou com W. Monteiro, Vargas e Fernandão mais a frente. É o desenho de time que ganhou o Mundial, mas me parece que não voltará a funcionar. Pato abriu o placar aos quinze minutos, depois de um cruzamento de Ceará e falha completa da defesa botafoguense. A partir daí, o Botafogo foi mais perigoso em contra-ataques, sempre dominando o meio-de-campo. O Botafogo empatou aos 33, em cobrança de falta de Juninho, numa falha coletiva: dos jogadores da barreira, que abriram, e do goleiro Renan, que aceito no seu canto. O gol acordou o Inter, que perdeu um "calhamaço" de gols até o fim da primeira etapa, apesar de o Botafogo manter-se insinuante nos contra-ataques.
O segundo tempo mal começa e o zagueiro Alex é expulso, por falta violenta em Pato (segundo amarelo). Na cobrança da falta, a defesa do alvi-negro faz a linha burra, e Fernandão perde um gol inexplicável. Como quem não faz, leva, o Inter levou. Aos 7 e aos 13, André Lima estufa as redes. Os dois em falhas infantis da defesa colorada. Entre um gol e outro, saiu Sidnei e entrou Pinga. No primeiro, cruzamento para a área, indecisão dos zagueiros e de Renan, André faz de cabeça. No segundo, linha burra, André entra sozinho e encobre a saída de Renan: 3 a 1 Botafogo, vaias no Beira-Rio. Com o resultado, Gallo vai para o tudo ou nada: tira Rubens Cardoso que não encostara na bola durante a partida e coloca Christian (substituição acertada, à meu ver). Aos 24, Pinga lança Christian que domina dentro da área e com categoria marca para o colorado: 3 a 2.
A partir daí, Cuca retrancou o Botafogo e armou uma verdadeira trincheira à frente da área do time carioca. O inter pressionou desesperadamente, desordenadamente e sem qualidade. Resultado: derrota colorada nas duas estréias da tarde: a de Gallo, e a do time no Brasileirão.
Difícil achar um ponto positivo na partida, talvez a atuação de Pinga (com muito receio digo isso). Pro próximo jogo, Gallo vai ter que repensar a escalação do time, colocando um meia de verdade (talvez Pinga) e Fernandão de volta ao ataque ao lado de Pato. Abaixo, as avaliações individuais:
Renan - Mal. Pareceu nervoso, sentindo o peso da titularidade. Falhou nos dois primeiros gols.
Ceará - Parece fora de ritmo. Pelo menos cobrou a falta que resultou no gol de Pato.
Índio - Regular. O "menos ruim" da defesa.
Sidnei - Regular. Pareceu nervoso.
Edinho - O pior jogador em campo. Perdido na função, voltou a mostrar falta de habilidade e excesso de violência em lances infantis.
Rubens Cardoso - Não fez nada em campo.
W. Monteiro - Muito confuso, parecia marcar Vargas a maior parte do tempo.
Vargas - Muito confuso, parecia marcar W. Monteiro a maior partedo tempo. Não acredito que sejatodo esse jogador que a mídia divulga. Até agora poucas atuações realmente boas (é verdade que prejudicado por esquemas).
Fernandão - Perdido em campo, luta muito, mas não é da função. Pedreu gols incríveis. A renovação de contrato pode estar atrapalhando também.
Iarley - Muito mal. Prejudicado pelo esuqema, ele e Fernandão ficam anulados.
Pato - Sempre perigoso, o melhor em campo. Acabou o jogo como terceiro homem do meio.

Pinga - Boa movimentação. Melhorou o meio (ou melhor, só existiu meio-de-campo quando ele entrou). É da função.
Christian - Entrou a fim de jogo. Fez um gol e teve uma chance de cabeça.
Mossoró - Entrou quase no fim e não acrescentou muito. Uma boa arrancada pela direita.

Alexandre Gallo - Estréia desastrada, talvez ainda refém de uma formatação de time e de vestiário implementada pelo Abel. Não seria justo responsabilizá-lo pela derrota. Faltam reforços.

Era isso e um abraço.